17 de abril de 2009

O circo educacional...

Senhoras e senhores sejam bem vindos ao fabuloso circo! O circo da educação brasileira. Onde NÓS somos os palhaços!
Há um ditado popular que eu escuto desde criança, ele diz o seguinte:
“Não se pode tapar o sol com a peneira.”
Agora eu pergunto: E porque eles ainda insistem?
Falo isso, pois o proprietário do circo, o fabuloso Ministro da Educação, Fernando Haddad, veio com uma proposta de Unificação do Vestibular.
Ele alega o fator “decoreba” entre os estudantes, onde o foco principal é entrar numa Universidade e não em aprender.
“Hoje o vestibular desorienta mais do que orienta a organização curricular do ensino médio (...). Os atuais processos seletivos privilegiam a memorização excessiva de conteúdos e tornam a passagem da educação básica para a superior ‘estressante e traumática’.” Afirma Haddad.
Outro fator que vem tirando o sono do nosso amigo (que está profundamente preocupado com o ensino brasileiro...) é a Descentralização dos estudantes, onde os únicos beneficiados são os candidatos que têm condições financeiras de viajar e buscar novas chances de aprovação em diferentes universidades pelo país.
Dados do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep) revelam que apenas 0,04% dos estudantes matriculados no primeiro ano do ensino superior vêm de regiões diferentes de onde estudam.
Fernandinho diz:
“Em países desenvolvidos, esse número é bem mais expressivo” (Nos Estados Unidos, chega a 20%.)
PARAAAAAAA TUDOOO!!
É impressão minha ou ele está TENTANDO comparar os países desenvolvidos com o Brasil?

O fato é: O assunto virou polêmica. E como toda polêmica, dividiu opiniões!
“Os candidatos do Sul e Sudeste, que normalmente apresentam os melhores desempenhos na prova do Enem, irão ocupar as vagas nas instituições federais do Norte e Nordeste, tirando as oportunidades dos candidatos daquelas regiões”alega Roberto de Souza Salles, reitor da Universidade Federal Fluminense (UFF).
Segundo o reitor da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), Ronaldo Tadeu Pena, o novo Enem traz um defeito ao permitir que os candidatos façam suas escolhas com os resultados em mãos:
"Aqueles que virem que não conseguirão uma vaga em cursos muito disputados poderão optar por outro menos concorrido e tirar a vaga de quem realmente gostaria de fazer aquela graduação."
Para outros o novo vestibular seria benéfico.
O que mais chama atenção entre os estudantes é o fato de poder “escolher” em qual instituição estudar, fazendo apenas uma prova. Além do mais com uma prova unificada “facilitaria” quanto às questões de geografia, por exemplo. Muitos alegam ter dificuldades com as provas elaboradas regionalmente, por serem específicas.

O governo deseja implantar o novo sistema ainda esse ano, e para o mês de outubro. As universidades têm o direito de aceitar ou não o novo Enem. Mas como fica a situação dos estudantes que já começaram a se preparar baseando-se no “antigo” método?
Instituições como UFMG, UFBA (Universidade Federal da Bahia), Unifesp (Universidade Federal de São Paulo), UFG (Universidade Federal de Goiás), UFBA, UFSC, UFRN e UFC se disseram simpáticos à proposta. Entretanto, seus reitores destacaram que ela ainda passará por intenso debate dos respectivos conselhos universitários.
Também em fase de discussão, a UFPB (Universidade Federal da Paraíba), a UFSCAR (Universidade Federal de São Carlos), a Unifal (Universidade Federal de Alfenas), a UFPR (Universidade Federal do Paraná), a UFAL (Universidade Federal de Alagoas) e a UFJF (Universidade Federal de Juiz de Fora), preferiram, neste momento, não se posicionar sobre o tema.
A minha dúvida é a seguinte:
Por que ao invés do nosso querido amigo Fernando Haddad se preocupar em reestruturar o ensino público brasileiro, dando melhores condições aos estudantes, melhorar o salário dos professores, e as condições físicas das escolas (porque vocês bem sabem que em muitas instituições o teto está caindo sobre as cabeças dos estudantes, literalmente...), fazendo com que assim eles possam ter as mesmas condições e o mesmo nível de estudantes provenientes de escolas particulares para competir em busca de uma vaga na universidade, ele fica gastando saliva discutindo sobre um NOVO ENEM? Se ele se preocupasse mais com esses PEQUENOS detalhes, creio eu no alto da minha ignorância, questões como o sistema de cotas pegariam carona na resolução do problema. Por que aumentar ainda mais as disparidades sociais entre a população?
Volto ao início do texto onde comentei sobre o dito popular. É pura ilusão tentar tapar o sol com a peneira. E o novo vestibular visa isso. A real proposta do governo é tentar maquiar o péssimo ensino nas escolas públicas do país, facilitando a entrada dos estudantes no ensino superior elaborando diversas provas durante o ano (querem chegar ao número de 7 exames anuais). Resta saber até quando tudo isso vai durar. Até lá ficamos nós, as cobaias! Ou será que vamos reagir depois de tanto comodismo?

Desejo a todos um ótimo espetáculo em um circo onde NÓS somos os palhaços.

Camila g.

4 comentários:

  1. Cada vez assuntos mais polêmicos..
    :D

    Foi ótimo vc falar sobre o novo Enem, tá me dando raiva ja essa história todaa..

    Beijos ;*

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  2. pois é Dona C. Guimarães...a situação é bem complexa!!! e nós, "os palhaços", o que podemos fazer????

    bjão!!!

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  3. Pois é! Mas é o governo brasileiro, tentando mascarar uma situção com uma "solução" que só vai favorecer as pessoas de melhor situação financeira! Nós somos apenas fantoches!

    Beijo! =*

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  4. Esse assunto rende muito "pano pra manga".
    Essas tantas reformas que estão surgindo é apenas uma maneira do governo mostrar que está fazendo serviço. E o povo achando que isso é a melhor maravliha do mundo, afinal quem não quer atualmente ingressar em uma universidade pública?
    O problema são as condições que as instituições de ensino estão para poder receber tantos novos universitários frutos das mil e uma facilidades criadas pelo incrível e prestativo governo de nosso país.
    Eu apoio introduzir o ENEM como forma de seleção para ingressar na universidade; não é lá uma forma justa, mas ao menos os estudantes não serão mais submetidos aos macabros testes de memória chamados carinhosamente de Processos Seletivo Seriado (ou não seriado).
    Mas essa onda de se concorrer com alunos de várias regiões nem comento sobre.
    Por favor, alguém belisca essas autoridades?
    Cheiros flor.

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