28 de agosto de 2010

Reforma íntima

Dentro do meu peito guardo de tudo um pouco...

Passos, rastros, pássaros, abraços, amassos, retratos.
Flores, cores, amores, sabores, dores.
Crianças, danças, lembranças.
Viagens, paisagens.
Saudades...

Sãos tantas informações que já não cabe em meu peito nem mais um sorriso.
Ou o esperado abraço de um velho amigo.
Quando chega a hora de fazer uma reforma e apagar alguns fatos do coração, surge a pergunta:

-O que devo apagar definitivamente do meu cartão de memória muscular?

Quem sabe se eu começar pelas mágoas e os amores não resolvidos?
Pelas amizades desfeitas e os compromissos cancelados?
A topada que levei ontem e me deixou com o pé machucado, mas que hoje nem sinto dor.

Aproveito que o saco do lixo está aberto e despejo toda a infelicidade, amargura, revolta, rancor e impaciência.
A falta de fé e esperança.
Cada punhado de amargura que recolho por pesarem dentro do meu peito , libera um sopro de ânimo. E assim deixo um bom espaço para guardar os amigos verdadeiros, o novo amor correspondido, a esperança e a felicidade.

Dê um pouco de espaço pro seu coração.

Camila g.


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12 de agosto de 2010

Como impedir uma flor de existir?

Já fui usada como símbolo de amor, como promessa de muitos casais apaixonados.
Já fui testemunha de juras eternas, que nem sempre se concretizaram.
Sou usada na hora do perdão, nos momentos tristes e nas alegrias.
Mas hoje me sinto apenas mais uma rosa em meio a tantas rosas desperdiçadas.

Me vejo como a rosa jogada ao chão e pisoteada.
A rosa que fez muitos corações sangrarem e chorarem.
E ao me deparar com tudo aquilo que causei, me envergonho.
Sinto que nunca deveria ter sido arrancada do meu espaço.
Que nunca deveria ter sido vista tão bela...

Agora utilizo minha cor menos agradável e meu perfume mais frio.
Despejarei pelo campo minhas pétalas.
E ao espalhá-las suplico que, mesmo desagradáveis, ainda possam perfumar novos amores, novas juras.
E que estes, um dia, venham a reconstruir o que sobrou de mim.

Se eu ainda conseguir respirar o mínimo de esperança.

Camila g.

8 de agosto de 2010

Um sentido, um sentimento.

A força da saudade poderia ser comparada a uma cachoeira.
Quando esta insiste em derramar suas águas, seus lamentos, sai devastando tudo o que estiver em sua trajetória.
Incluindo o tempo, que ao ser carregado some e não volta mais.
Mas aquilo que realmente é firme, como as lembranças, insistem em voltar à superfície.

Camila g.